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Sair sozinha: um encontro com si mesma

  • Foto do escritor: Luana Brito
    Luana Brito
  • 14 de jul.
  • 2 min de leitura

Quantas vezes você já deixou de fazer algo por não ter companhia? Um café novo que queria conhecer, um filme em cartaz, aquele show da sua banda favorita? E não me entenda mal: fazer coisas acompanhada é uma delícia, mas vamos combinar que seja porque gostamos da companhia, e não porque precisamos dela.


sair para comer sozinha

Eu me lembro da primeira vez em que tive um encontro comigo mesma. Era 2018, eu ainda morava na Bahia e queria muito ir a uma apresentação de blues, mas não tinha com quem ir. Chamei todas as minhas amigas, só eu curtia blues, e, se quisesse realmente ir, teria que ser sozinha. O lugar era intimista, com luz baixa, vinhos e massas… perfeito para um encontro. Passei a semana inteira em conflito interno até o dia chegar. Me arrumei e fui. Pedi mesa para uma pessoa, sentei bem perto do palco e pedi um vinho. Comi algo delicioso e aproveitei cada instante: eu, meu vinho e o blues que tanto queria ouvir. Aquele dia foi um passo enorme para a pessoa que me tornei.

No dia seguinte, alguém me perguntou “Você não teve medo de o garçom achar que você tinha levado um fora?” Até hoje lembro da minha resposta: “Com o sorriso que eu estava, acho bem difícil ele ter pensado isso. Eu estava radiante.” Depois disso, já viajei sozinha, já fui a bares, praia, trilha, shows, festivais, cinema, e até fiz minha primeira viagem ao exterior sem saber uma palavra em espanhol. Descobri a delícia de poder escolher e a revolução que essa autonomia representa.


É claro que não é fácil para todo mundo. A maior parte das pessoas que chegam ao meu consultório sente muita dificuldade em sair sozinha. Mas quão libertador pode ser sentar em uma praça, ler um livro no fim do dia e, naquele instante, perceber o que sente — seja alegria, alívio ou até um friozinho de ansiedade? Ou colocar os fones de ouvido, caminhar pela cidade e descobrir suas surpresas? Ou ainda entrar naquela confeitaria que sempre pareceu chique e pedir uma fatia de bolo só para você.


Estar sozinha não significa apenas estar sem alguém, mas estar verdadeiramente com você. E isso exige presença. Quando nos permitimos ocupar esse lugar, os silêncios deixam de ser vazios e se tornam um espaço para perceber como estamos, o que sentimos e o que desejamos. Sair sozinha é também um gesto de autocompaixão, um verdadeiro ato de carinho por si mesma.


Se este texto despertou algo em você, eu adoraria conversar marcar uma conversa. Que tal caminharmos juntas nessa descoberta? Me mande uma mensagem no Instagram @psicologaluanabrito ou pelo WhatsApp




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